Porque eu ainda faço isso comigo?As vezes e, ainda,indago
isso a mim mesma.Não sei lidar com sentimentos,sou de uma geração que muito
reclama de falta de sentimentalismo,mas que nada faz para se ter.Quando te tive
ao meu alcance,deixei-o ir,sem nem saber que o tinha por inteiro.
Por muito tempo reclamei e pestanejei que o desalmado e sem
coração fosse você,que você não tinha capacidade de amar alguém da maneira que
te amei e ainda amo.Foram inúmeras as vezes que sem você sequer
imaginar,apontei-lhe o dedo,acusei –lhe por não retribuir um amor tão
verdadeiro(não sei se aqui esta palavra seria correta,até o momento me parece)
quanto foi o que eu ofereci.
Como num espelho vi meus defeitos serem refletidos por
você.Os defeitos que eram meus,passavam agora,pra você,sempre tomados de raiva
e desilusão.Confesso que a maturidade tardou a chegar,mas
veio,dolorosamente,enfim.
Hoje ainda insisto neste amor,mas hoje, digo
também,amadurecido,no ponto de vivermos.Agora é chegado o momento de colhermos
este fruto,que por tanto tempo
esperamos.Só não vamos deixar que ele caia,porque de dor,basta o brotamento.
Hoje também conscientizo da maneira que amo,não ponho neste
amor toda a felicidade que só a mim é cabível de conquistar,afinal,a felicidade
não existe,mas sim,os bons momentos que devem ser exaltados.Desejo sim a sua
presença,quero muito te sentir ao meu lado,quero sentir você .Quero te amar,a
meu modo,sem forçar,cobrar,só viver o verbo amar.