quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu penso.Penso diferente


“Ai, a Marcela se acha a dona da verdade”...

Pensando agora nessa frase que minha colega dirigiu a mim,diria que a minha resposta seria sim.Sim,eu sou a dona da verdade,da minha verdade.

Hoje pela tarde conversava com minhas colegas,e chegamos no rumo da política.Sou uma pessoa muito engajada politicamente,gosto de saber o que se passa com o dinheiro absorvido dos impostos,se está ou não no caminho certo.No entanto, muitas outras pessoas não são como eu,não digo que são pessimistas,mas omissas,e gostam do conforto que o ato de omitir traz,e não das consequências.São as que, politicamente falando,  chamo “ignorantes por espontânea vontade”,ou seja,  não sabem e não querem saber de política.Mas este fato é explicado pelo simples motivo de estas pessoas não terem a noção do quão prazerosa e importante é a política em um país democrático e capitalista como o nosso.

 Quando comecei a tomar gosto pela política,ainda era época de escola e,inicialmente achava que o problema do país estava na dita classe C,que pobre não pensava,e por isso atrasava o país,porém hoje tenho a consciência que o problema da “ignorância por espontânea vontade” não atinge só os de baixo.Assim como uma doença ele não faz distinção entre rico e pobre,a ignorância está por toda a parte,no entanto,só é sentida pelo pobre,como é tão sabido por todos.E muito me entristece em saber que ainda há aqueles que pensam e  culpam pobres e nordestinos pelo atraso do país.

Conforme cresci,felizmente,meu gosto por política tomou o mesmo rumo,amadureci algumas ideias, mudei outras,errei em muitas,até obter algo satisfatório e concreto,mas infelizmente com essas ideias vieram algumas conclusões,as quais não seguiram o mesmo trajeto das ideias,no entanto.

Perceber que uma eleição é tratada como um negocio – não digo daquelas pessoas miseráveis que trocam um sacolão ou 50 reais por um voto,mas aquelas que recebem o tal cargo comissionado ,em troca de trabalhos sujos em campanhas eleitorais  - ,perceber que por 4 anos a gestão de um político é a mais suja possível,e ainda assim,reelegê-lo,perceber que o mesmo dedo que aponta em algo sujo também está podre.Perceber...perceber tanta coisa,as vezes acho que só eu percebo as coisas,mas daí lembro que os ignorantes por espontânea vontade percebem tudo,mas diferente de mim,acomodam-se,aceitam a verdade do outro,por preguiça,comodismo em ter de construir a sua ,porque todo mundo faz assim,todo mundo pensa assim,e sendo assim,não adianta pensar diferente ,pois, nada vai mudar.

Mas eu penso,e penso diferente do que aquilo que me tentar fazer pensar,se incomodo,que bom,estou aqui nesse mundo pra incomodar,gerar dúvida,sou feita de interrogações,e busco no dia-a-dia respondê-las,tanto as que habitam em mim quanto as que me rodeiam.

 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Força


Eu fico forte quando a força me falta,
Quando a força do pensamento me toma.
Eu fico forte quando a fraqueza se exalta
Em mim ,quando o desespero se forma.
Sinto o peito crescer, a alma transcender
Quando o reflexo do espelho me mostra
Algo pequeno, crescendo a se perder.
Eu fico forte quando não mais tenho forças,
Pra lutar contra a minha gravidade interior
Que insistentemente puxa meus pensamentos ao chão
Que eleva o sentimento de dor
E faz a fé em mim, escorregar em minha mão.
Eu fico forte quando o medo me consome
Quando a alegria em mim some
Quando navego em meu oceano de solidão.
Eu fico forte quando não há a saída
Quando me vejo pequena e sozinha
Quando me encontro em meio a escuridão.

Muito tempo


Porque eu ainda faço isso comigo?As vezes e, ainda,indago isso a mim mesma.Não sei lidar com sentimentos,sou de uma geração que muito reclama de falta de sentimentalismo,mas que nada faz para se ter.Quando te tive ao meu alcance,deixei-o ir,sem nem saber que o tinha por inteiro.

Por muito tempo reclamei e pestanejei que o desalmado e sem coração fosse você,que você não tinha capacidade de amar alguém da maneira que te amei e ainda amo.Foram inúmeras as vezes que sem você sequer imaginar,apontei-lhe o dedo,acusei –lhe por não retribuir um amor tão verdadeiro(não sei se aqui esta palavra seria correta,até o momento me parece) quanto foi o que eu ofereci.

Como num espelho vi meus defeitos serem refletidos por você.Os defeitos que eram meus,passavam agora,pra você,sempre tomados de raiva e desilusão.Confesso que a maturidade tardou a chegar,mas veio,dolorosamente,enfim.

Hoje ainda insisto neste amor,mas hoje, digo também,amadurecido,no ponto de vivermos.Agora é chegado o momento de colhermos este fruto,que por  tanto tempo esperamos.Só não vamos deixar que ele caia,porque de dor,basta o brotamento.

Hoje também conscientizo da maneira que amo,não ponho neste amor toda a felicidade que só a mim é cabível de conquistar,afinal,a felicidade não existe,mas sim,os bons momentos que devem ser exaltados.Desejo sim a sua presença,quero muito te sentir ao meu lado,quero sentir você .Quero te amar,a meu modo,sem forçar,cobrar,só viver o verbo amar.

 

sábado, 2 de junho de 2012


OS MEU HERÓIS MORRERAM SIM DE OVERDOSE!

 Lendo um e-mail enviado a mim, debulhei-me em raiva saiu isto:

Lembro-me como se fosse hoje, ouço num programa de televisão as estréias no cinema e fico totalmente fascinada com o filme a ser lançado “Cazuza- O tempo não para”.Com apenas 12 anos, portanto, sem a idade suficiente para assistir tal filme. Dias a fio  eu passei tentando convencer meu pai a assistir comigo. Enfim ele aceita. Ao final do filme tenho a mesma sensação da qual tive ao vê-lo pela tv.

A partir daquele dia havia escolhido o meu ídolo, Cazuza, ou melhor Agenor de Miranda Araújo Neto. Pesquisei por dias a sua vida, ganhei o livro que Lucinha Araújo, sua mãe, escrevera, e  descobri coisas que não foram ditas no filme. Discorrerei aqui o pouco que sei e aprendi.

Filho único de um casal muito bem estruturado, cercado de mimos, como de costume entre os únicos. Cheio de carisma, boa aparência, inteligente e n outras qualidades.

Infância  já marcada pelo seu talento inenarrável e incontestável para composições, no entanto, somente sua avó materna tinha ainda o privilegio de lê-las

Pré-adolescência, período de experimentação, década de 70 , drogas e movimento hippie em alta, e tudo mais que a história nos conta.

Cazuza, ainda Agenor, percorre por este mundo novo, descobre as drogas, sexo, e tudo que lhe estava ao alcance.

Anos mais tarde funda uma banda de peso para a música brasileira, Barão Vermelho. Vive momentos gloriosos com e sem a banda, visto seu dom para composições.

E em 7 de julho de 1990, aos 32 anos, morre de AIDS.

Hoje sua mãe realiza trabalhos brilhantes com a Sociedade Viva Cazuza, a qual ajuda milhares de crianças que possuem a doença.

Entendam, não quero aqui inocentar meu ídolo -  não toma aqui o sentido literal da palavra - apenas, mostrar-lhes, ele era humano, cometeu falhas, sei disso, pois para mim ídolo, como já disse, não é a perfeição, algo inalcançável.

Usou drogas? Sim. Compactuou indiretamente com o tráfico? Com certeza, sim. É inegável também o apoio incondicional dos pais durante todo esse processo e todos os processos.

Mas o quê fez, e faz, dele meu ídolo não são estes fatos, mas sim, o legado inquestionável deixado à música. Ele não fez sucesso por causa exclusiva do pai, como alguns desinformados dizem por aí,  o fato é ele não podia renegar quem era seu pai naquela circunstância.

Pessoas dizem coisas sem nexos, sem escrúpulo algum espalham na internet, e alguns desprovidos de raciocínio disseminam sem sequer questionar o que é certo ou errado. Falando nisso, alguém sabe dizer o que é certo? E o errado? Tenho certeza que haverá controversas entre o meu certo com o de outro alguém. Existem regras, impostas, que devem ser seguidas, que podem ser mudadas em questão de tempo, transformando o certo em errado ou vice-versa. Mas não  vou aqui me delongar na minha filosofia, pois muitos não entenderão.

O meu intuito aqui é apenas dizer, tenho muito orgulho de ter o Cazuza como meu ídolo ímpar, desde os 12 anos, pois jamais acharei alguém tão competente, sensível, inteligente, e com tamanha capacidade pra compor músicas. Vou além, sou fã também do Agenor, mesmo não tendo o conhecido, o Cara esperto, intenso, amável que por todos foi querido.

Amei e sempre amarei o Cazuza.




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Em vão

As palavras fogem de minhas mãos
E vão tocar bem no fundo do meu coração
Não sei ao certo  o que dizer
Somente em palavras o que guardo pra você
Pode o meu coração lhe falar em meu lugar
O que é tão difícil pra mim te expressar?
Afinal o que são as palavras se as acha em vão?
E se elas pra perto de mim não te trarão?
O seu cheiro, o seu afago aqui comigo
Em vez disso só me vem o gosto amargo
Que me parece mais um castigo
Por jamais ter te provado, uma sequer vez
Ah não!As palavras de nada servem em vão.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inércia

Calma! o sangue ainda percorre o caminho certo
O ar permanece preenchendo o meu corpo
Minhas pálpebras continuam a juntar e separar
Está tudo tão perfeito, sincronizado talvez, acostumado.
Pendendo como o papel solto ao ar
Que permanece inerte até atingir a força que o fará mudar
Eu calada, guardando tudo que é meu dentro de mim,
Fico ora sozinha ora acompanhada da solidão
Assim inertemente espero pela minha força maior
Que me faça voar ou me jogar ao chão
Pacientemente espero a minha vez chegar
Pois neste caminho fui feita pra esperar
Esperar pelo seu fim
Ficarei aqui a “inerciar” a minha hora.

Príncipe meu

O conforto do seu abraço
E você sequer imagina o que ele traz.
O seu simples jeito de falar
As palavras dançam em seus lábios
Sempre compassadas e direitas.
Dentro e fundo existe a mais sublime
Forma humana de viver.
A cada nova minúcia encantos mil
Simples e formidável
Te descobri a fio
Fui tendenciada  a te amar
Por jeitos e gestos
Fui captada pelo seu olhar
Príncipe meu
Não permita um tempo levar
O que mais se quer
Jamais deixe uma brisa passar
Na janela de nossos sonhos
Canções e corações.